21 outubro 2016

MAANAIM – Acampamento de Deus.

Texto: Gênesis: 32. 2, 7, 9, 13, 22, 25, 30, 31

2. Quando Jacó os viu, disse: Este é o exército de Deus. E chamou àquele lugar Maanaim. 7. Jacó teve muito medo e ficou aflito; dividiu em dois bandos o povo que estava com ele, bem como os rebanhos, os bois e os camelos; 9. Disse mais Jacó: o Deus de meu pai Abraão, Deus de meu pai Isaque, ó Senhor, que me disseste: Volta para a tua terra, e para a tua parentela, e eu te farei bem! 13. Passou ali aquela noite; e do que tinha tomou um presente para seu irmão Esaú: 22. Naquela mesma noite levantou-se e, tomando suas duas mulheres, suas duas servas e seus onze filhos, passou o vau de Jaboque. 25. Quando este viu que não prevalecia contra ele, tocou-lhe a juntura da coxa, e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, enquanto lutava com ele. 30. Pelo que Jacó chamou ao lugar Peniel, dizendo: Porque tenho visto Deus face a face, e a minha vida foi preservada. 31. E nascia o sol, quando ele passou de Peniel; e coxeava de uma perna.

Jacó, um homem em fuga – Gênesis 27, 28; 31.17-21

** Quando Jacó saiu da casa de seus pais, em fuga por ter se passado por Esaú seu irmão e assim recebido a bênção patriarcal (Gn 27.18-30), chegou a um lugar que, após dormir de cansado, teve um sonho que o fez saber que o Eterno estava com ele (Gn 28.10-22). Jacó acordou impressionado com a visão que recebera de D’us. Ele viu uma escada que ligava o lugar em que estava ao céu. Ali Jacó reconheceu que aquele lugar era “BETEL” a casa de D’us. E fez um voto com o Eterno. Jacó não cumpriu o que havia prometido a D’us. Mas, o Eterno foi fiel a Jacó, o abençoando, o fazendo rico e próspero.

** Jacó chegou a Padã-Arã como fugitivo. Mas, havia trazido na bagagem o que lhe fez a diferença em todos os 20 anos (Gn 41.41) que passou naquele lugar, a “BENÇÃO SACERDOTAL”. A benção que você recebeu de seus pais jamais lhe abandonará. Mas, não significa que você não precisa de mudança de vida e de caráter.

Depois de 20 anos, já um homem maduro, pai de filhos, senhor de muitos servos, experiente; Jacó foge mais uma vez. Observe querido que Jacó não precisava sair mais uma vez as escondidas. Tudo o que ele havia ganhado na casa de Labão seu sogro, foi de maneira honesta, inclusive as mulheres. Jacó trabalhou, e trabalhou muito por tudo o que possuía. Foram 7 anos por cada mulher e mais 6 pelos bens que possuía. Jacó era um homem legitimamente possuidor de riquezas.

Todas as vezes que Jacó recebia uma benção de D’us, Labão vinha e mudava o salário de Jacó e, Jacó era ainda mais abençoado e prospero. Querido, não importa o que o homem faça para te fazer empobrecer ou para te paralisar, o Eterno sempre te prosperará, porque você tem algo que o mundo não tem, a “BENÇÃO PATRIARCAL”.

Jacó esqueceu de algo muito importante quando resolveu tornar-se fugitivo pela segunda vez. Jacó esqueceu das benções que havia recebido em “BETEL”.

E eis que o Senhor estava em cima dela, e disse: Eu sou o Senhor Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra, em que estás deitado, darei a ti e à tua descendência; E a tua descendência será como o pó da terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra; E eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; porque não te deixarei, até que haja cumprido o que te tenho falado (Gn 28:13-15).

Quando uma pessoa perde a visão das promessas de D’us para sua descendência, ela se torna fugitiva. Adão tornou-se fugitivo dentro do Éden, pessoas podem tornar-se fugitivas dentro da igreja. Não fuja, não tente resolver da sua maneira, não se desespere, não deturpe a ordem de D’us!

Foi D’us quem mandou Jacó voltar para a terra de seus pais (Gn 31.3, 11-13), D’us quem determinou que estava na hora de Jacó voltar e se acertar com seu passado. Mas, Ele não mandou que Jacó fugisse como fez da primeira vez. D’us não mandou que Jacó saísse como se estivesse roubando Labão. Muito pelo contrário, D’us mandou que Jacó voltasse para a terra que havia prometido a seus pais.

Jacó, um homem perseguido – Gn 31. 20-24

Agora mais uma vez Jacó estava na mesma condição de quando a 20 anos saiu da casa de seus pais. “Perseguido”!

D’us não mandou que Jacó fugisse. No entanto Jacó estava tão acostumado fugir, que foi o que fez mais uma vez.

Labão havia saído para tosquiar suas ovelhas e apenas três dias após a fuga que ficou sabendo de tal. Sete dias depois alcançou Jacó e não lhe fez mal porque Deus mais uma vez não permitiu. O problema de Jacó com Labão seu sogro foi resolvido, e pela madrugada Labão beijou as filhas e seus netos e voltou para sua casa em paz.

O Que Acontece Em Maanaim?

Gênesis 32.1,2 - Jacó também seguiu o seu caminho, e encontraram-no os anjos de Deus. E Jacó disse, quando os viu: Este é o exército de Deus. E chamou aquele lugar Maanaim.

Agora Jacó e os seus entram em um lugar totalmente estanho para eles até então. De longe ele avista anjos de D’us, e imediatamente inicia um novo ciclo em sua trajetória.

Maanaim é uma palavra hebraica com três significados (Exercito de Deus; Acampamento de Deus; Dois Acampamentos).

Quando Jacó entrou em “Maanaim”, armou acampamento, e a partir de então, coisas começaram a acontecer para mudar a sorte, a vida, o caráter e até o futuro de sua família. Quando você armar acampamento em “Maanaim”, quando você acampar-se no “Acampamento de Deus”, quando você fizer realmente parte do “Exército de Deus”, tua vida entrara em uma mudança sobrenatural. Armar acampamento tem a ver com meditação. Acampar é sair da área urbana e ir para uma área rural para meditar, é entrar em vigília, em oração com o Eterno. Quando Jacó entrou em Maanaim foi o que ele se determinou a fazer.

Assim, passou o presente adiante dele; ele, porém, passou aquela noite no arraial. E levantou-se aquela mesma noite, e tomou as suas duas mulheres, e as suas duas servas, e os seus onze filhos, e passou o vau de Jaboque. E tomou-os e fê-los passar o ribeiro; e fez passar tudo o que tinha. Jacó, porém, ficou só; e lutou com ele um homem, até que a alva subiu (Gênesis 32:21-24).

Jacó estava acampado em “NAANAIM - Acampamento de Deus”, ele havia passado a noite no arraial com todos, mas não era o suficiente. Naquela mesma noite ele sentiu a necessidade de retirar-se, mas ele não o fez só. Jacó não esqueceu de sua “FAMÍLIA”. Diz o texto que ele, com suas mulheres e filhos atravessaram o “Vau de Jaboque”. Observe que o “Vau” é um lugar de confronto, é um lugar de luta, é um lugar de encontro. Mas, é também um lugar de transformação, cura e regeneração! Jacó sabia que sua família precisava tanto de Deus quanto ele. Raquel sua esposa mais amada havia furtado, roubado os ídolos da casa de seu pai (Gn 31.19). Ela também precisava de transformação. Imagine crianças que foram criadas por pais que costumavam conseguir o que queriam e o que achavam ser seus, roubando! Queridos, “MAANAIM” é o lugar apropriado para um pai levar sua família a encontrar-se com o Eterno. Por isso o Papai Todo-Poderoso lhes trouxe aqui!

É muito bom estar em família. É maravilhoso a companhia dos filhos, da amada e até dos netos. Mas, tem um momento que temos que ficar a sós com Deus. Tem momentos que precisamos gemer como gemia Ana no altar, quando estava angustiada por não poder ser mãe. Gemer e correr o risco de ser ridicularizado por pessoas da alta, gemer e correr o risco de ser incompreendido até mesmo pelos santos! Jacó sentiu a necessidade da solidão para estar mais próximo de Deus.

Quando Jacó ficou só, se aproximou de um homem, e Jacó lutava com Ele. E lutavam durante toda a noite, até a alva. O homem percebeu que não conseguiria prevalecer contra Jacó, percebeu que Jacó estava determinado a sair daquele vale mais forte e vencedor, já havia percebido que Jacó sabia quem Ele era. O homem tocou na junta da coxa de Jacó e deslocou a coxa. Deixe-me aqui abrir um parêntese.

(O homem a qual Jacó lutava era o “Senhor dos Exércitos”. Quando aproximou-se do acampamento, Jacó viu anjos e por isso chamou aquele lugar de “Maanaim, Exército de Deus, Acampamento de Deus”. Jacó sabia que onde tem um exército, tem que ter um “Comandante, um General”. Jacó queria uma audiência com o Dono daquele Exército, com o Maioral daquele Exército, com o General daquele Exército, com o Senhor daquele Exército de anjos. Queridos, quando Ele deslocou a coxa de Jacó, Ele estava iniciando o processo de mudança daquele homem que estava acostumado a enganar e ser enganado, a fugir de seus problemas. O Anjo do Senhor estava lhe dando um recado. Ele dizia com aquela atitude que a partir de agora, Jacó não andaria de qualquer maneira, que a partir de agora, Jacó nunca mais seria fugitivo, nunca mais enganaria alguém. É impossível ter um encontro com Deus e sair desse encontro da mesma maneira que entrou).

Mesmo com a coxa deslocada, ainda assim Jacó prevalecia. A determinação de Jacó ia além da dor. Você quer mudança? Você quer uma nova vida? Você quer vitória? Você quer conquistar territórios? Deixe-me lhes dizer que toda conquista requer sacrifícios, e Jacó sabia disso. Sua vontade de nova vida ia além da dor.

O homem disse: Deixa-me ir, porque já a alva subiu. Mas, Jacó respondeu: Não te deixarei ir, se não me abençoares (GN 32.26). Jacó estava determinado a mudar de vida. Imagino que ele já estava cansado de viver com medo. Naquele momento era tudo ou nada. Nesse momento para você, é tudo ou nada. Você pode fazer como Jacó e tirar proveito da dor, ou achar que estou aqui para tripudiar em você, achar que essa palavra é muito dura e ir embora. Mas, você pode sair deste lugar com uma nova vida. Decida!

Veja o que aconteceu com Jacó:

E disse-lhe: Qual é o teu nome? E ele disse: Jacó. Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; pois como príncipe lutaste com Deus e com os homens, e prevaleceste. E Jacó lhe perguntou, e disse: Dá-me, peço-te, a saber o teu nome. E disse: Por que perguntas pelo meu nome? E abençoou-o ali.
E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva. E saiu-lhe o sol, quando passou a Peniel; e manquejava da sua coxa (
Gênesis 32:27-31).

Quando você entra em “MAANAIM”, você obrigatoriamente entra no “Acampamento de Deus” e alista-se no “Exército de Deus”. Mais, o próprio General desse Exército vem para treinar você.

O treinamento não é fácil. Requer disciplina e determinação. Para fazer parte desse exército é necessário saber suportar dor, viver sob pressão. Mas diz a Bíblia sagrada, o manual de treinamento desse Exército que:

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se vêm, mas nas que se não vêm; porque as que se vêm são temporais, e as que se não vêm são eternas (2 Coríntios 4:16-18).

Você está em “MAANAIM”. Maanaim é lugar de confronto, luta, dor, mudança, transformação, cura, libertação. Maanaim é lugar de encontro com o Senhor dos Exércitos. Você entrou aqui fugitivo, desacreditado da tua família, esquecido da sociedade. Mas, sairá como PRINCIPE, como PRINCESA.

ORIENTAÇÃO AO MINISTRADOR:
Esse é o momento de cada um retirar-se para um momento com o Senhor dos Exércitos. Você precisa frisar que o Anjo irá tocar em suas juntas, em suas estruturas. Diga que cada pessoa deve entregar-se completamente aos cuidados de Deus. Oriente-os a lutarem com Deus e terem suas vidas mudadas.

Depois de pelo menos 30 minutos, chame todos de volta ao auditório.

CONCLUSÃO:

No Cântico de Salomão 6:13, “é mencionada a dança de dois acampamentos” também pode ser vertida em “a dança de Maanaim”. Talvez isso se refira a uma dança associada com certa festividade celebrada em Maanaim. — Veja (Jz 21.19, 21).

Você vai sair desse lugar “DANÇANDO, CELEBRANDO”.

(Esse é o momento da Celebração)

Jacó entrou em “MAANAIM” fugitivo. A esposa de Jacó entrou em “MAANAIM”, esposa de fugitivo e consequentemente fugitiva também, idolatra, ladra de ídolos. Mas, saiu esposa de Príncipe, saiu Princesa.

Não saia desse lugar como entrou. Saia desse lugar “UMA NOVA CRIATURA”.
                                                                                                   
Parece que algum tempo depois se construiu neste sítio uma cidade. No século 15 AEC, esta cidade foi primeiro designada aos Gaditas e depois aos Levitas Meraritas. — (Js 13.24, 26; 21.34, 38).

(Ministração do Retiro Espiritual "CAMP OF GOD" - Acampamento de Deus).

Pr. M Carlos S Jr

20 outubro 2016

Sucot (A Festa das Cabanas)

No calendário judaico, 17 de Tishrei de 5777.

3º dia da festa judaica de Sucot (cabanas). Celebrada durante sete dias, Sucot é, sobretudo, uma festa de gratidão ao Eterno por Sua proteção a Seu povo durante os 40 anos em que peregrinaram pelo deserto do Negev, habitando em tendas, sem morada fixa. Nestes sete dias, os judeus passam a maior parte do tempo na "suká", uma cabana simples, sem acabamento e coberta com vegetação, como lembrança daquela época e de que a vida terrena é transitória, sendo D'us nosso Refúgio por excelência.

 PARASHAH: Vezot HaBrachah (E Esta é a Bênção) - 4ª ALYAH (TRECHO):
 Devarim (Deuteronômio) 33:18-21.

Destaco aqui a tribo de Issacar, que recebeu a menor bênção (versículo 18). Entenda: eu disse "menor" (ou seja, mais curta), não "menos importante". Porque a bênção que Issacar recebeu é a maior e mais maravilhosa de todas, como explica uma midrash (ilustração judaica): "Moshê (Moisés) a expressou simplesmente assim: 'Issacar se rejubile em suas tendas'. Na verdade, estas palavras abrangem todas as bênçãos possíveis. Moshê estava dizendo a esta tribo: 'Rejubilem-se quando estudarem a Torá, pois não há felicidade maior neste mundo que o estudo de Torá, como está escrito: ‘Os estatutos de D’us são retos, fazem o coração se alegrar’ (Salmo 19:9)". Desta forma, podemos também desfrutar desta bênção, já que estudamos a Biblia todos os dias. Devemos deixar-nos alegrar com esse glorioso afã, e jamais encarar o estudo da Lei Divina como algo enfadonho. Pois é dela que absorvemos vida para nossa vida! Baruch HaShem!!!

Talmidim Claudio Melo

“Tome Yehoshua (Josué), filho de Nun"

Que Hashem, o D-us do sopro de vida de toda criatura  ponha um homem sobre a congregação  (Números 27:16-17). O Koznitzer Rebe comentou que Moisés pediu a D-us para nomear um líder “para toda a criatura (carne)”, lechol basar  Com o rearranjo das letras da palavra ‘Basar’ (בָּשָׂר), ele formou a palavra ‘Shavar’ , que significa “quebrar em pedaços”, e concluiu que um verdadeiro líder deve ter um coração quebrantado e partido , isto é; aquele que pode simpatizar e ter misericórdia de seu povo. Ele não deveria ser orgulhoso ou aristocrático. Tome Yehoshua (Josué), filho de Nun – (“filho do peixe”), um homem em quem há o ‘Espírito’ (רוּח), e põe a tua mão sobre ele” (Números 27:16-18).

No Talmud os Sábios observam que a palavra aramaica “Nun” (נוּן) significa “peixe”, um símbolo de atividade e de vida. Josué – Yehoshua (יְהוֹשֻׁעַ), o escolhido que sucedeu Moisés e levou o povo para a Terra Prometida, foi o “Filho da Vida” (בִּן נוּן) – uma imagem clara do Messias ben HaMevorach.
Assim como pedimos a D-us pelo ‘pão de cada dia’ – ‘Lechem Chukeinu’ , ou seja, provisão, prosperidade e assim por diante…, por isso pedimos pela nossa libertação diária: “Não nos leve para um teste difícil, e livrai-nos do maligno” (uma oração que realmente deveria ser recitada a cada manha – Mt 6:13).Note que o termo traduzido como “mal” em muitas traduções (“livrai-nos do mal”) é um substantivo em vez de um adjetivo: τοῦ πονηροῦ, ou seja; ‘do maligno’… do perverso que anda pelas ruas da vida…

Nosso ‘pão de cada dia’ – ‘Lechem Chukeinu’ e nossa libertação diária – estão conectados com a nossa decisão de ‘escolher a vida’ – e escolher sempre a vida – mesmo nos momentos difíceis, angustiantes, de luto… e mesmo quando poderíamos estar desejando não viver mais…

Escolher a vida significa recusar-se escapar da realidade ao fugir da importância de nossas escolhas; isso significa encontrar a vontade de considerar a vida como digna e preciosa; isso implica deixar o luto no seu prazo, parar de lamentar os erros do passado e assim por diante… e que vamos “comer o pão nosso de confiança” que ‘Hashem’ (D-us) está cuidando de nós, mesmo nas horas mais obscuras das nossas vidas… Escolher a vida (Bacharta be’chayim) significa recusar-se a ‘comer o fruto da morte’ e buscar a Árvore da Vida (עץ חיים). Vivendo um dia de cada vez; nós realmente apenas temos hoje…

Verdadeiramente em D-us (HaVaYah), o Ein Sof (Eterno) nós “vivemos, nos movemos e temos o nosso ser”.

A palavra hebraica para “vida” é Chayim (חַיִּים), além de ser um substantivo plural, contém duas letras ‘Yud’s’ consecutivas (יי) aludindo que temos varias ‘vidas’ em nós.

E as duas letras consecutivas ‘Yud’s’ (יי) aludem à imagem de duas “mãos unidas” (a letra hebraica Yud significa “mão” Yad – [יָד]), ou a união do nosso hálito com o Hálito de D-us (רוח הקודש).

A palavra em si revela que não há vida (חַיִּים) além da união com D-us, e que para D-us não há mortos, pois todos estão vivos diante Dele.

Talmidim Claudio Melo

19 outubro 2016

TIRA AS SANDÁLIAS DOS TEUS PÉS

Este estudo vem com a conotação de mostrar, dentro das Escrituras Sagradas, a necessidade de uma adoração o Eterno de Israel em locais específicos com os pés despidos. Para a cultura judaica, os pés simbolizam separação. Mas, além disto, instrumento de marcar posses, de conquistas.

O povo hebreu, quando próximo da entrada em Canaã recebeu uma ordem bem interessante: Devarim (Dt 11:24)- “Todo lugar que pisar a planta do vosso pé será vosso; o vosso termo se estenderá do deserto ao Líbano, e do rio, o rio Eufrates, até o mar ocidental” .

A tradição judaica conta-nos que ao entrar em Canaã, o povo de Israel desatou suas sandálias e partiu tomando posse da terra prometida. Era necessário o contato com essa terra. Por quê? Por demonstrar intimidade uma vez que o homem veio do pó da terra tem as mesmas substâncias que ela. Entendemos que os hebreus reconheceram a terra e a terra os hebreus. Isto foi um ato profético!

MOSHEH, AS SANDÁLIAS, O SINAI E ELOHIM
Shemôt (Êxodo) 3:4,5 “E vendo o Eterno que ele se virara para ver, chamou-o do meio da sarça, e disse: Mosheh, Mosheh! Respondeu ele: Eis-me aqui (Hinêni). Prosseguiu Elohim: Não te chegues para cá; tira os sapatos dos pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa” Tem coisas que aprendemos num momento e levamos conosco para o resto da vida! Mosheh aprendeu naquele dia que jamais devia se achegar em algum lugar consagrado à Elohim de calçados nos pés. É possível que no momento nem tenha compreendido muito o motivo. Mas obedeceu! empre entendi esta passagem como uma passagem isolada das escrituras, até perceber que também aconteceu em outro lugar, com outra pessoa: 3 Yehoshua (Josué) 5:13 “Ora, estando Yehoshua (Josué) perto de Yericó (Jericó), levantou os olhos, e olhou; e eis que estava em pé diante dele um homem que tinha na mão uma espada nua. Então respondeu o príncipe do exército do Ha’Shem a Yehoshua (Josué): Tira os sapatos dos pés, porque o lugar em que estás é santo. E Yehoshua assim fez” Através desta passagem entendi que, o que torna algum lugar santo (separado) é a presença do Elohim Separado (Kadosh). O Shinai (Sinai), era santo pela presença do Santo que ali estava. Assim também o local próximo de Yericó (Jericó) onde se encontrava Yehoshua (Josué) era Kadosh (Santo) pela presença do Santo, do Separado Elohim que ali estava. Ou seja, a presença de Elohim é que santifica o lugar e não o lugar a si mesmo. Pare e pense! O lugar onde consagramos para falar e ouvir à Elohim, onde edificamos um altar ao Santo de Israel, onde confessamos que o Eterno esta em nosso meio não é santificado pela presença Dele?

O que acontece muitas vezes é que pessoas sobem nos locais que afirmam conter a presença do Separado de Israel com sapatos, carteiras e cintos, muitas vezes feitos até mesmo de peles de animais impuros (Não Kásheh).Se é verdade que o Eterno não muda, então temos que prestar mais atenção nas Sagradas Escrituras e somente por meio desta aprimorar nossa adoração.

A VISÃO DE YOHANAM (JOÃO) EM APOCALIPSE
GuilianaAP 1:13-15,17 “E, ao voltar-me, vi sete candeeiros de ouro, e no meio dos candeeiros um semelhante a filho de homem, vestido de uma roupa talar, e cingido à altura do peito com um cinto de ouro; e a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve; e os seus olhos como chama de fogo; e os seus pés, semelhantes a latão reluzente que fora refinado numa fornalha; e a sua voz como a voz de muitas águas. Quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último”. A ordem ótica da visão de Yohanam é importantíssima!

a)- Primeiro contemplou Yeshua à meia altura, visualizando o cinto de ouro na altura do peito;
b)- Segundo, direcionou seus olhos para cima, visualizando Sua cabeça. Nela, algo lhe chamou a atenção; Seu cabelo era branco como a lã;
c)- Tentando observar sua face, teve seus olhos ofuscados pela claridade do fogo que saía dos olhos de Yeshua;
d)- Agora sim, Yohanam, baixa seu olhar direcionando para os pés de Yeshua e, somente dá tempo de perceber que era como o latão reluzente que fora refinado numa fornalha! Para você entender mais ou menos o que aconteceu com o profeta, darei um exemplo: Tente olhar para o sol ao meio dia, você apenas conseguirá fixar os olhos em uma fração de centésimos de segundo e será imediatamente obrigado a tirar o olhar da claridade ofuscante do sol. Faça isto e entenderá o que se passou com o
profeta em sua visão!

Uma pergunta: Por que Yohanam não suportou olhar para os pés de Yeshua? Porque ao olhar para os pés de Yeshua, Yohanam olhou para sua SANTIDADE!

OUTRA VISÃO DE YOHANAM EM PÁTIMOS:
AP 1:10:1,2,3- “E vi outro anjo forte que descia do céu, vestido de uma nuvem; por cima da sua cabeça estava o arco da aliança; o seu rosto era como o sol, e os seus pés como colunas de fogo, e tinha na mão um livrinho aberto. Pôs o seu pé direito sobre o mar, e o esquerdo sobre a terra, e clamou com grande voz, assim como ruge o leão; e quando clamou, os sete trovões fizeram soar as suas vozes”. O formato dos pés deste ser era diferente dos nossos pés. Este ser, segundo Yohanam, tinha os pés “como colunas de fogo”. E o que fez este ser? O mesmo que os hebreus ao entrar em Canaã; tomou posse! “Pôs o seu pé direito sobre o mar (tomando domínio), e o esquerdo sobre a terra (dominando), e clamou com grande voz, assim como ruge o leão; e quando clamou, os sete trovões fizeram soar as suas vozes”. Assim como o fogo é purificador, seus pés também eram como que colunas de fogo. Esta simbologia traz uma ilustração importantíssima; o ser não poderia contaminar-se com esta terra, por isso seus pés eram
como que colunas de fogo!

ELOHIM PISA NA PUREZA DO CÉU:
Êxodo 24:9,10- “Então subiram Mosheh (Moisés) e Aaron, Nadabe e Abiú, e setenta dos anciãos de Israel, e viram (como visão) o Elohim de Israel, e debaixo de seus pés havia como que uma calçada de pedra de safira, que parecia com o próprio céu na sua pureza”. O que apareceu debaixo dos pés de Elohim? Uma calçada parecida como uma calçada de pedra de safira! E o que esta calçada representava? O céu na sua pureza!

MANDAMENTO PARA OS SACERDOTES:
Shemot (Êxodo) 30:19,20 - “Quando entrarem na tenda da revelação lavar-se-ão com água, para que não morram, ou quando se chegarem ao altar para ministrar, para fazer oferta queimada ao Eterno, lavarão, pois, as mãos e os pés, para que não morram; e isto lhes será por estatuto perpétuo a ele e à sua descendência pelas suas gerações”. Juntos com nossas sandálias vêm às impurezas, toda a sujeira que se obtém pelo caminho em que se percorre. Ao caminhar, passamos por vários objetos impuros, pisamos em sangue, cuspe, animais ou insetos mortos, etc. Por isso os sacerdotes, sob pena de morte, jamais deveriam se achegar ao Eterno para ministrar-lhes com as mãos ou os pés sujos.

Sempre estive fascinado pela simbologia da roupa do Kóhem Gadol (Sumo Sacerdote). Não é por menos, pois muitos são os atavios e infinita sua representação Messiânica. É claro que qualquer um ao ver uma imagem como esta, fica curioso por tentar compreender porque o Eterno (que foi o estilista desta confecção) assim o determinou. No entanto, um belo dia, Elohim, abriu meus olhos para ver não o que estava no sumo sacerdote, mas sim, para o que não estava nele. Tomei um susto e exclamei: Cadê sua sandália! Pensei imediatamente, por que Elohim o cobriu com muitos quilos de roupas recheadas de ouro, pedras preciosas, pérolas e decidiu que este devia, enquanto ministrava, andar descalço? Este é um forte exemplo da Torah (Lei) que o Eterno assim o quer. Mas a passagem de Mosheh é extra-Torah, ou seja, anterior ao tempo em que foi designada aos hebreus. Portanto temos um grande exemplo na Torah que o Eterno preferiu uma adoração por parte dos sacerdotes de pés descalços. E temos dois grandes testemunhos anteriores ao tempo da Torah entregue no Shinai que o Eterno sempre quis assim.

Conclusão: Não importa se a adoração é no monte Shinai, próximo de Yericó (Jericó), em T’sion (Sião) no Templo ou em sua congregação. Se Elohim desceu para receber tem que ser do jeito que ele determinou e inteligente é quem obedece! 

Muitos erram, por não buscar aprender com o próprio Eterno como Ele quer ser adorado. Um exemplo disto, é que se você intentar construir um local de adoração ao Elohim de
Israel, certamente terás duas fortes influencias:

1ª- Influência: Você poderá ser impulsionado pela cultura corriqueira e fazer este local em formato piramidal, como é de se observar em quase todas as igrejas que conhecemos. Mas por que os líderes das igrejas fazem este tipo de arquitetura sendo que esta não se encontra nas Escrituras. Pelo contrário, advêm de templos solares constituídos para uma adoração ao Sol? É claro que a grande maioria nem sabe disto,
apenas seguem a multidão.

2º- Influência: No entanto, você poderá ser dirigido pelas Escrituras e edificar o lugar no formato quadrangular, sem pontas piramidais. Como a Tenda da Revelação (projeto de Elohim no deserto) - Assim como o Templo construído pelo rei Shilomon (Salomão) como ordenou o Ha’Shem. Você também poderá observar o projeto para o terceiro templo no livro de Ezequiel e, por fim, a Cidade Santa, a Nova Yerushualaim (Jerusalém) Celestial que também tem o mesmo formato.

O que estou tentando dizer é que; quanto mais você se aproximar das Escrituras, para fazer as coisas relacionadas ao Altíssimo, estará mais próximo de uma adoração específica apontada pelo próprio Elohim!

TIRA O BONÉ PORQUE O LUGAR ONDE ESTA TUA CABEÇA É SANTO
Por que os antigos tiram seus chapéus ou seus bonés no momento de suas orações? Certamente quaisquer uns destes anciãos responderiam: Por reverência, respeito! Porém se lhes fizermos outra pergunta: Onde aprenderam que têm que ser assim? Certamente não dirão que foi na bíblia, uma vez que este ensinamento não é da mesma. Simplesmente o fazem por força cultural.

SEGUIR A CULTURA É MAIS FÁCIL DO QUE SEGUIR AS ESCRITURAS!
Pela cultura, se o Eterno está ali, todos tiram os bonés, mas pelas Escrituras às sandálias. Pela cultura, és compreendido por todos, pelas Escrituras...

Talmidim,
Claudio Melo Ben avrarã