Na história de Gideão, o
arrebatamento não é mencionado de forma literal, mas existem diversas
indicações que apontam em direção a ele e que podem nos ajudar a explicá-lo.
Consideramos que a
história de Gideão tem muito conteúdo profético e que ela nos mostra o futuro
de Israel e o tempo da Grande Tribulação. Portanto, podemos usá-la para
analisar a volta de Jesus para Sua Igreja. Pois as histórias de Deus com Israel
e com a Igreja se entrelaçam, ou seja, se sobrepõem: quando chegou a hora do
nascimento da Igreja de Jesus, no dia do Pentecoste, Deus como que deixou
Israel de lado, e, desde a fundação do Estado de Israel, no dia 14 de maio de
1948, o Senhor voltou a agir com, em e através de Israel, o que nos mostra que
a retirada da Igreja de Jesus da terra está próxima.
Os sinais do arrebatamento
Nos três capítulos sobre
Gideão e os midianitas (Jz 6-8) fala-se repetidamente da trombeta com que o
povo foi chamado a se reunir em torno de Gideão. Em todos os acontecimentos
dessa batalha que viria, a trombeta foi um elemento chave, sendo citada sete
vezes, pela primeira vez em Juízes 6.33-34:
– "E todos os
midianitas e amalequitas, e povos do oriente se ajuntaram, e passaram, e se
acamparam no vale de Jezreel. Então o Espírito do Senhor revestiu a Gideão, o
qual tocou a rebate, e os abiezritas se ajuntaram após dele."
Esse é também o sentido
por ocasião do arrebatamento: quando soar a trombeta, a Igreja será reunida,
revestida com o Espírito Santo e arrebatada ao encontro do Senhor Jesus. Está
escrito:
– "Porquanto o Senhor
mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a
trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro;
depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles,
entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre
com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras" (1 Ts
4.16-18).
– "Eis que vos digo
um mistério: Nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num
momento, num abrir e fechar dos olhos, ao ressoar da última trombeta. A
trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos
transformados" (1 Co 15.51-52).
A respeito desse encontro
com o Senhor, Ele disse: "Não se turbe o vosso coração; credes em
Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não
fora, eu vô-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos
preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou
estejais vós também" (Jo 14.1-3). No arrebatamento acontecerá,
portanto, a reunião em torno do Senhor, e um sinal ou elemento deflagrador será
o som da trombeta: "Porquanto o Senhor mesmo... ressoada a
trombeta de Deus, descerá dos céus..."
O que acontecerá com os
crentes por ocasião do arrebatamento?
Então se dará um grande
milagre: seremos libertados da nossa carne, ou seja, do nosso corpo terreno. A
respeito, leiamos mais uma vez 1 Coríntios 15.52-53, onde essa transformação é
descrita da seguinte maneira: "...num momento, num abrir e fechar
dos olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos
ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário
que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo
mortal se revista da imortalidade." Somente então, depois do
arrebatamento, estaremos – através da transformação – livres do pecado. Então
não será mais possível pecar, mas em nós resplandecerá exclusivamente a clara
luz da obra de Jesus Cristo e todos nos amaremos uns aos outros. Não será
maravilhoso estar finalmente liberto da carne pecaminosa? Pois, quantas vezes
já choramos por causa do pecado que em nós habita; quanto trabalho já nos deu
nossa carne pecaminosa, a nós que queremos andar no Espírito. Também Paulo
chorou por isso e testemunha em Romanos 7.18a: "Porque eu sei que
em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum..." Ele
continua escrevendo: "Porque, no tocante ao homem interior, tenho
prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei que, guerreando
contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos
meus membros" (vv. 22-23). Enquanto vivermos, o espírito e a
carne estarão em constante confronto. Por isso, é tão importante ficar cheio do
Espírito (Ef 5.18b), andar no Espírito e deixar que o Espírito nos governe.
Nossa carne é receptiva
para o pecado, e também para a enfermidade e a morte. Isso acabará no momento
do arrebatamento, quando formos transformados e recebermos um corpo espiritual,
quando o mortal se revestir da imortalidade. E essa transformação por ocasião
do arrebatamento, ao soar da trombeta, nos é mostrado alegoricamente no caso de
Gideão. Lemos em Juízes 7.16,19-20: "Então repartiu os trezentos
homens em três companhias, e deu-lhes a cada um nas suas mãos trombetas, e
cântaros vazios, com tochas neles... Chegou, pois, Gideão, e os cem homens que
com ele iam, às imediações do arraial, ao princípio da vigília média,
havendo-se havia pouco trocado as guardas; e tocaram as trombetas, e quebraram
os cântaros, que traziam nas mãos. Assim tocaram as três companhias as
trombetas e despedaçaram os cântaros; e seguravam nas mãos esquerdas as tochas
e nas mãos direitas as trombetas que tocavam; e exclamaram: Espada pelo Senhor
e por Gideão!"
O que aconteceu ali? Os
homens mantinham a luz das tochas escondidas dentro dos cântaros. Mas,
exatamente no momento em que começaram a ser tocadas as trombetas, os cântaros
foram quebrados e a clara luz das tochas iluminou tudo. Isso é uma alegoria da
transformação por ocasião do arrebatamento. A clara luz de Cristo normalmente
ainda está escondida em nosso corpo, pois somos como cântaros (vasos) que
carregam em seu interior a clara luz do Evangelho. O Senhor Jesus é a luz do
mundo, e disse àqueles que O aceitaram: "Vós sois a luz do
mundo" (Mt 5.14a). Por enquanto essa luz ainda é escondida, como
dissemos, em maior ou menor grau, pelo vaso da nossa carne. Mas, no momento em
que a trombeta de Deus for tocada para o arrebatamento, nosso corpo será
transformado (como os cântaros que foram quebrados naquele tempo), e seremos
arrebatados ao encontro do Senhor Jesus, para estarmos com Ele para sempre.
Então, tudo será somente luz. Tudo resplandecerá em Sua glória. Não haverá mais
pecado, porque o vaso da nossa carne não estará mais presente. Em 1 Coríntios
15.50 está escrito que "carne e sangue não podem herdar o reino de
Deus". Por isso, seremos transformados, pois o cântaro do nosso corpo
tem que ser quebrado. Somente por ocasião da transformação e do arrebatamento
se tornará visível o que a Bíblia diz em Mateus 13.43a: "Então os
justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai."
Assim, podemos imaginar
quão ansiosamente os crentes da Bíblia esperavam deixar a carne para estar para
sempre com o Senhor. Paulo, por exemplo, expressou da seguinte maneira esse seu
anseio: "Ora, de um e outro lado estou constrangido, tendo o
desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas, por
vossa causa, é mais necessário permanecer na carne" (Fp 1.23-24).
Quando acontecerá o
arrebatamento?
Antes do juízo, isto é,
antes da Grande Tribulação. Poderíamos fazer um estudo bíblico especificamente
sobre o assunto, mas vamos nos limitar a alguns versículos. Lemos em 1
Tessalonicenses 1.10: "...e para aguardardes dos céus o seu Filho,
a quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira
vindoura." De que ira se trata aqui? Da ira de Deus que começará
com a Grande Tribulação, pois ela será o juízo de Deus sobre o mundo de
incredulidade e maldade. É o que lemos em Apocalipse 6.15-17: "Os
reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos, e todo
escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes, e
disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos da face
daquele que se assenta no trono, e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande
dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?" A Igreja de Jesus
será preservada dessa ira do Senhor, que terá seu início no tempo da Grande
Tribulação. Pois, como filhos de Deus, já estivemos sob a ira de Deus e Seu
juízo: isso aconteceu na cruz do Calvário, onde o Senhor Jesus tomou
vicariamente sobre si nosso juízo e a ira de Deus. Por isso, todo homem que
pertence a Jesus está justificado diante de Deus e não passará pela Grande
Tribulação, nem pelo Juízo Final. Está dito em 1 Tessalonicenses 5.9-10: "...porque
Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso
Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós para que, quer vigiemos, quer durmamos,
vivamos em união com ele."
Que o arrebatamento
ocorrerá antes da Grande Tribulação também é mostrado, segundo
o meu entendimento, na história de Gideão. Lemos em Juízes 7.19-20: "Chegou,
pois, Gideão, e os cem homens que com ele iam, às imediações do arraial, ao
princípio da vigília média, havendo-se havia pouco trocado as guardas; e
tocaram as trombetas, e quebraram os cântaros, que traziam nas mãos. Assim
tocaram as três companhias as trombetas e despedaçaram os cântaros; e seguravam
nas mãos esquerdas as tochas e nas mãos direitas as trombetas que tocavam; e
exclamaram: Espada pelo Senhor e por Gideão!" A respeito, façamos
duas perguntas:
1. Quando foram
tocadas as trombetas e quebrados os cântaros (uma figura da transformação e do
arrebatamento)?
A resposta é: "...ao
princípio da vigília média..." Esse é o tempo em torno da
meia-noite. Em Mateus 25.6 está escrito: "Mas, à meia-noite,
ouviu-se um grito: Eis o noivo! saí ao seu encontro." Sabemos
que, em nossos dias, nos aproximamos dessa hora da meia-noite. Os sinais dos
tempos e Israel apontam para isso claramente. Trata-se também do tempo em que o
mundo das nações está colocando "guardas" contra Israel, como os
midianitas o fizeram naquela época (Jz 7.19). Isso levará, no final das contas,
à batalha dos povos em Armagedom.
Atualmente, Israel está
perdendo cada vez mais sustentação. A conquista de Jerusalém e a destruição de
Israel continua fazendo parte do plano dos inimigos do povo de Deus. Mas antes
do começo desse último período anticristão será ouvida a trombeta de Deus e a
Igreja de Jesus será arrebatada. Com relação ao "homem da iniquidade"
(2 Ts 2.3), Dave Hunt escreve:
Neste exato momento, é
quase certo que o anticristo já esteja vivendo em algum lugar do planeta Terra
– aguardando seu tempo, esperando sua deixa. Sensacionalismo banal? Longe
disso! Essa suposição é baseada em uma sóbria avaliação dos eventos atuais relacionados
com a profecia bíblica. Como homem maduro, provavelmente ele já seja ativo na
política, sendo possivelmente até mesmo um admirado líder mundial cujo nome
está diariamente na boca de todos.
Ou pensemos, por exemplo,
em relatos que advertem a respeito de cometas ou meteoros que poderiam atingir
a Terra. Quando os últimos fragmentos do cometa "Shoemaker Levy 9"
caíram sobre o gigantesco planeta Júpiter em julho de 1994 e deixaram marcas de
destruição, o fato foi logo esquecido. Mas, praticamente não houve pausa para
descanso. Pouco depois lia-se nos jornais:
Em agosto, o astrônomo
amador Donald E. Machholz descobriu um novo cometa fragmentado em cinco
partes... que poderiam se chocar contra a Terra, pois sua órbita cruza a do
nosso planeta. Se algum fragmento do cometa caísse sobre a Terra, poderia ter consequências
fatais...
O que quer que aconteça,
devemos lembrar que o Senhor Jesus falou de estrelas que cairiam e de outros
sinais que indicariam a iminência da Sua volta: "...as estrelas
cairão do firmamento e os poderes dos céus serão abalados. Então aparecerá no
céu o sinal do Filho do homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o
Filho do homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e muita glória" (Mt
24.29-30).
2. Quando entrou
em ação a espada do Senhor (Jz 7.20)?
Somente depois de tocadas
as trombetas e quebrados os cântaros (uma figura do arrebatamento), quando a
clara luz das tochas iluminou o acampamento dos inimigos, os israelitas
gritaram: "Espada pelo Senhor e por Gideão!" A "espada
pelo Senhor", porém, aponta profeticamente para o "dia do
Senhor", ou seja, para o tempo da Grande Tribulação, na qual o Senhor vai
julgar o mundo porque então todas as nações terão se ajuntado contra Seu amado
povo Israel. Lemos a respeito em Jeremias 25.29b: "...porque eu
chamo a espada sobre todos os moradores da terra, diz o Senhor dos
Exércitos." E, como os midianitas fugiram apavorados e em pânico
diante da "espada pelo Senhor e por Gideão" e
começaram a se matar reciprocamente (comp. Jz 7.21-22), também durante a Grande
Tribulação as pessoas tentarão escapar do juízo da ira de Deus (Ap 6.15-17).
Antes, porém, a Igreja de Jesus será arrebatada e transformada.
O caminho para o
arrebatamento
Ficar cheio do Espírito
Santo
Desse caminho que leva ao
arrebatamento faz parte o ficarmos cheios do Espírito Santo, pois seremos
arrebatados pelo poder do Espírito. Isso também é mostrado figuradamente na
história de Gideão, como lemos em Juízes 6.34: "Então o Espírito
do Senhor revestiu a Gideão, o qual tocou a rebate, e os abiezritas se
ajuntaram após dele."
Essa é uma maravilhosa
definição do arrebatamento, pois então a Igreja será como que revestida pelo
Espírito Santo, envolta por Ele e levada ao céu. Não é em vão que está escrito
em Efésios 4.30: "E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual
fostes selados para o dia da redenção." A que redenção isso se
refere – pois os filhos de Deus já são redimidos? Aqui se trata da redenção da
nossa carne, através da transformação por ocasião do arrebatamento! Para isso
fomos selados com o Espírito Santo, com o qual seremos revestidos, ou seja, que
nos envolverá quando formos tirados da terra. Por termos essa esperança do
arrebatamento, deveríamos prestar muita atenção para não entristecer o Espírito
Santo através de um modo de viver carnal, razão por que está escrito no
versículo seguinte: "Longe de vós toda a amargura, e cólera, e
ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda a malícia" (Ef 4.31). É
preciso honrar o Senhor através do andar em Espírito: "Antes sede
uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros,
como também Deus em Cristo vos perdoou" (v. 32).
Lançar fora toda carga
desnecessária
A caminho do
arrebatamento, é importante que lancemos fora e deixemos para trás toda carga
desnecessária. Vemos isso no então ainda grande exército de Israel, antes de
mais uma seleção, do tocar das trombetas e do quebrar do cântaros. A ordem do
Senhor a Gideão foi: "Apregoa, pois, aos ouvidos do povo, dizendo:
Quem for tímido e medroso, volte, e retire-se da região montanhosa de Gileade.
Então voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram" (Jz 7.3). A
Edição Revista e Corrigida diz: "...quem for cobarde e
medroso..."
Dentre as coisas que
devemos lançar fora a caminho do arrebatamento estão, necessariamente, a
timidez (covardia) e o medo. Pois muitos cristãos têm literalmente medo do
arrebatamento porque acham que não poderão subsistir diante do Senhor. Eles têm
medo daquilo que os espera; por exemplo, o julgamento do galardão. Muitos ficam
tão desanimados, que não gostariam de ouvir nada mais sobre a volta de Jesus.
Isso, entretanto, não está de acordo com o que o Senhor quer e com o que a
Bíblia ensina. Pois, justamente com relação ao arrebatamento está dito que ele
deve servir como consolo: "Consolai-vos, pois, uns aos outros com
estas palavras" (1 Ts 4.18).
Por isso é tão importante
que lancemos fora a covardia e o medo da volta de Jesus para o arrebatamento,
para podermos ir ao Seu encontro com liberdade e alegria! Em I João 4.17-18
está escrito: "Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que no dia
do juízo mantenhamos confiança; pois, segundo ele é, também nós
somos neste mundo. No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o
medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no
amor." Àqueles que esperam pelo arrebatamento com alegria e amam
a volta do Senhor é prometida uma coroa especial (2 Tm 4.8). Se, entretanto,
somos dominados pelo medo, nem podemos amar a vinda do Senhor, pois o medo
pensa no castigo.
Diga-me, você também sente
medo? Então, pela fé, lance fora agora o medo – e confie no Senhor, crendo que
Ele alcançará Seu alvo para com você, apesar da sua fraqueza. Não se preocupe
só consigo mesmo e com todas as suas deficiências, mas olhe para o Autor e
Consumador da sua fé! A respeito d’Ele está escrito: "Ora, aquele
que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com
exultação..." (Jd 24). Conforme Efésios 5.27, Ele também
apresentará você "sem mácula, nem ruga nem cousa semelhante, porém santo e
sem defeito" diante dEle. Devemos recordar também o que diz Hebreus
10.19: "Tendo, pois, irmãos, intrepidez (a
Ed. Rev. e Corrigida diz: "ousadia") para entrar
no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus." Isso vale não somente
para a oração que é ouvida no presente, mas também para o arrebatamento,
permitindo que possamos entrar na santa e gloriosa presença de Deus com
alegria. Não através de nossos próprios esforços, mas por meio do precioso
sangue do Senhor e do Seu perdão encontramos ousadia para entrar no Santo dos
Santos. Por isso, deixe o medo para trás! Aproprie-se na fé da promessa de 1
Pedro 1.5!
Manter-se próximo à água
A caminho do
arrebatamento, temos que nos manter próximos à água, ou seja, da "lavagem
de água pela palavra" (Ef 5.26). No tempo de Gideão, o que restou
do exército foi provado por Deus junto à água. A ordem do Senhor a Gideão
foi: "Ainda há povo demais; faze-os descer às águas, e ali os
provarei; aquele de quem eu te disser: Este irá contigo, esse contigo irá;
porém todo aquele, de quem eu te disser: Este não irá contigo, esse não
irá" (Jz 7.4).
A nós, da Nova Aliança, a
Bíblia diz em Efésios 5.26 que fomos purificados "por meio da
lavagem de água pela palavra." Se realmente quisermos nos deixar
preparar para o ressoar da trombeta por ocasião do arrebatamento, é importante
ter muita comunhão com Jesus Cristo, ouvindo a Palavra de Deus em cultos,
reuniões nos lares e encontros de oração, mas também lendo muito a Bíblia e
obedecendo ao que ela nos diz. Isso produzirá purificação mais profunda em
nosso interior, santificação e preparação, mesmo que nada sintamos a respeito.
Acontece então o mesmo que com uma mãe na cozinha segurando um escorredor de
massas com batatas, debaixo da torneira, deixando a água correr sobre elas. Sua
filhinha lhe pergunta: "Mãe, o que você está fazendo? A água está indo
toda embora". "Venha cá e olhe. Se bem que a água tenha ido toda
embora, as batatas ficaram limpas." O mesmo se dá conosco: quando ouvimos ou
lemos a Palavra de Deus, não conseguimos lembrar tudo. Há mesmo épocas em que
ela parece não nos dizer nada. Entretanto, há sempre um efeito purificador,
pois trata-se da "lavagem de água pela palavra". Por
isso está escrito: "Habite ricamente em vós a palavra de
Cristo..." (Cl 3.16). Palavras humanas passam, mas a Palavra de
Deus permanece! Lembremos, portanto, o que a Bíblia nos diz em 1 Pedro
1.23-25: "...pois fostes regenerados, não de semente corruptível,
mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente.
Pois toda carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva; seca-se
a erva, e cai a sua flor; a palavra do Senhor, porém, permanece eternamente.
Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada." No arrebatamento,
deixaremos para trás tudo que é do presente, mas levaremos a Palavra de Deus
junto para a Eternidade! E porque a Palavra de Deus é tão importante com
relação à nossa preparação para a retirada da Igreja, o apóstolo Paulo diz em
suas palavras introdutórias sobre o arrebatamento: "Ora, ainda vos
declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à
vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem" (1 Ts 4.15). Por
isso, ocupe-se o máximo possível com a Palavra de Deus, que não deixa de fazer
efeito.
Viver com o objetivo em
mente
A caminho do
arrebatamento, é preciso viver voltado completamente para o Senhor, Seu
objetivo e Sua volta. É o que nos mostra a última prova a que foram submetidos
os homens de Gideão. Lemos em Juízes 7.5-6: "Fez Gideão descer os
homens às águas. Então o Senhor lhe disse: Todo que lamber as águas com a
língua, como faz o cão, esse porás à parte; como também a todo aquele que se
abaixar de joelhos a beber. Foi o número dos que lamberam, levando a mão à
boca, trezentos homens; e todo o restante do povo se abaixou de joelhos a beber
as águas." Esses trezentos homens estavam tão determinados a
alcançar o objetivo, a executar o encargo dado pelo Senhor, que não se
demoraram em se abaixar de joelhos para beber, mas ajuntaram rapidamente a água
com a mão levando-a à boca. Aí imaginamos o que Pedro quis dizer ao falar sobre
o dia da volta de Jesus, advertindo a Igreja: "...esperando e
apressando a vinda do dia de Deus" (2 Pe 3.12a). Temos tal
inclinação interior diante do Senhor Jesus e da Sua volta? É Sua vontade
expressa que vivamos voltados para o objetivo, pois Ele disse em Lucas
12.35-36: "Cingidos estejam os vossos corpos e acesas as vossas
candeias. Sede vós semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar
ele das festas de casamento; para que, quando vier e bater à porta, logo lha
abram."
Mas como facilmente
ficamos ocupados com coisas terrenas e nos deixamos deter por elas! Será que
são os alvos pessoais, a conta bancária, a indiferença ou um pecado de
estimação, diante dos quais você se inclina repetidamente e que roubam a sua
disposição interior de entrega completa ao Senhor? Nos dias de Gideão também
havia muitos que tinham seus olhos voltados temerosamente para as coisas do seu
tempo, ao invés de olharem para o Senhor e Sua tarefa. Muitos deles se
ajoelharam prazerosamente junto à água para descansar. É assustador que –
apesar de todos os 10.000 pretenderem ir junto – no final das contas eles não o
puderam, porque tinham dobrado seus joelhos diante das coisas do presente. No
seu caso, esse foi o sinal exterior de que eles não estavam preparados
interiormente. Nós também gostamos de fazer pausas espirituais, de interromper
as atividades, e muitas vezes buscamos todas as coisas possíveis, exceto o
Senhor exclusivamente. Como, entretanto, o Senhor conhece nossa estrutura, Ele
continuamente nos exorta: "Portanto não vos inquieteis, dizendo:
Que comeremos? Que beberemos? ou: Com que nos vestiremos? porque os gentios é
que procuram todas estas cousas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de
todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua
justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas" (Mt 6.31-33).
Se, ao final, observarmos
mais uma vez o comportamento daqueles 300 homens que beberam rapidamente a água
necessária junto ao rio para não perderem nenhum tempo na realização da tarefa
do Senhor, quão importante se torna, nessa linha de pensamento, o que diz 1
Coríntios 9.25a: "E todo aquele que luta de tudo se abstém"
(Ed. Rev. e Corrigida). Esses 300 homens não eram mais inteligentes
nem melhores, nem mais fortes ou corajosos do que os outros – mas estavam no
seu interior completamente livres e dispostos a servir ao Senhor. Com ardente
zelo, eles tinham em mente exclusivamente o objetivo de Deus. Eles não tinham
mais nenhuma espécie de outros alvos, mas seu coração era voltado inteiramente
para a causa de Deus.
Você está disposto a
lançar fora e deixar de lado tudo aquilo que o atrapalha no caminho ao encontro
do Senhor? Tendo em vista a breve e repentina retirada da Igreja de Jesus, você
realmente está disposto a tomar essa decisão, como Gideão e seus homens o
fizeram? Lemos em Juízes 7.8a: "Tomou o povo provisões nas mãos, e
as trombetas. Gideão enviou todos os homens de Israel cada um à sua tenda,
porém os trezentos homens reteve consigo." A caminho do
arrebatamento, leve somente as "provisões", a Palavra de Deus, e a
"trombeta", a prontidão para o arrebatamento; leve em conta que a
trombeta será tocada em breve.
Se o Senhor perguntasse a
você neste momento: "Você quer fazer parte dos covardes e medrosos?",
você certamente responderia com um definitivo "Não!" Então, aja de
acordo e lance fora o medo em nome de Jesus! E, se Ele continuasse perguntando
a você: "Olhe, sobraram 10.000: você quer pertencer àqueles que se ocupam
em primeiro lugar com as coisas terrenas, ou prefere estar entre os 300 que
levaram consigo somente as "provisões" necessárias e a
"trombeta"?" – qual seria a sua resposta? Oh! que você responda
agora com coração sincero: "Senhor, também quero fazer parte desses 300.
Quero estar preparado para quando vieres!" Amém.
(Norbert Lieth - www.chamada.com.br)